quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Sr. Andante x Sr. Volante

Estrada de Canindé

(Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira)
Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e uma cabocla
Cum a gente andando a pé
Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé

Automove lá nem sabe se é home ou se é muié
Quem é rico anda em burrico
Quem é pobre anda a pé

Mas o pobre vê nas estrada
O orvaio beijando as flô
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor
Vai moiando os pés no riacho
Que água fresca, nosso Senhor
Vai oiando coisa a grané
Coisas qui, pra mode vê
O cristão tem qui andar a pé

quinta-feira, 5 de junho de 2008

arte no metrô

Supreender a população e comunicar através da arte inserida no cotidiano. Confiram estas intervenções feitas no metrô da Coréia e Suécia:





Fotos internas do metrô coreano, a seguir fotos de estações suecas.







A cidade colocando a arte do deslocamento em prática.

domingo, 25 de maio de 2008

cadastro de intervenções lúdicas em Salvador

o boneco da A Muleta Express

Provável que quem passa pela Avenida Amaralina e anda com os olhos soltos pela rua já tenha visto e se surpreendido com o boneco com problemas de locomoção da A Muleta Express. Desde o final do ano de 2007 até os dias de hoje ele está lá, ao lado de um poste de iluminação tirando os transeuntes do sério. A idéia é simples: um manequim foi colocado sentado numa cadeira de rodas e sua roupa é trocada de acordo com a época. O tal boneco já pôde ser visto fantasiado de papai noel, folião (com direito a mamãe-sacode - que surpreendentemente sacodia, graças ao braço direito movimentado por um dispositivo mecânico!), coelhinho da páscoa e, atualmente, veste um hilário traje junino.

Sua graça não pára por aí: o supracitado braço que se movimenta para cima e para baixo segura um palito (daqueles que produzem bolhas de sabão) que é ciclicamente mergulhado numa solução espalhando bolhas de todos os tamanhos pelo ar com a ajuda do vento, como pode ser visto no vídeo aqui. Aquela bolinha que passou por você agora já tem explicação ô.
E os idealizadores dessa criativa instalação urbana prometem novidades em 10 dias. Fiquemos atentos então - e vamos aproveitar o percurso!

waterbird | bolhas | dique do tororó

Apresentamos aqui duas alternativas lúdicas para tomarmos de assalto o dique do tororó e experimentá-lo com o SLT!

A primeira delas atende pelo nome de waterbird - uma espécie de patinete que salta sobre a água sem a necessidade de usar combustível: para fazê-lo andar basta dar pequenos saltos para cima e para baixo. Vejam o video e confiram!



O waterbird é ecologicamente adequado, não produz poluição sonora, não polui o ar, não polui a água, não tem motor... com ele o único combustível que vai queimar são as suas calorias através de um divertido e revigorante trabalho cardiovascular. O dique não será mais o mesmo, definitivamente.

Outro modo de percorrer o dique seria flutuando sobre a água utilizando bolhas, confiram as imagens abaixo - elas flutuam e é possível empurrá-las com o corpo!


Fotos tiradas por um correspondente em viagem pela china.


Vamos pelo dique pessoal!

mark jenkins

Mark Jenkins é um artista americano conhecido por suas instalações urbanas que cria utilizando fitas durex e boas idéias. Suas tape sculptures, ou esculturas em fita já foram sistematicamente espalhadas por diferentes cidades - o Rio de Janeiro já foi contemplado com alguns de seus trabalhos - provocando surpresa e inquietação naqueles que se depararam com suas intervenções.





Em uma de suas séries, jenkins vestiu seus modelos em tamanho real com roupas e os instalou em várias posições no ambiente urbano, criando esculturas realistas e intrigantes. A reação das pessoas foi documentada em video, como os que podem ser vistos aqui e aqui.

Extremamente recomendado um passeio por seu website, um deleite para quem gosta de se surpreender e ser arrebatado. Quem sabe um dia, quando virarmos uma esquina de nossa cidade...

diálogo

Contra uma mobilidade muda e cega.



Conversar com a cidade. Dialogar. A idéia-força que movimenta e dá corpo e alma à proposta aqui apresentada se fundamenta nas trocas, na comunicação - onde a cidade se configura como a emissora/provocadora da mensagem e nós, receptores ativos desta .

Neste contexto, o jogo é o idioma falado, o código pelo qual se concretiza o diálogo. O jogo nos oferece instrumentos para nos apropriarmos do espaço público, experimentando-o e deste modo o percebendo sob novas perspectivas. O percurso por sua vez se configura como o canal, o meio pelo qual a mensagem se propaga e que percorremos desafiando e sendo desafiados pela cidade viva.

Como na teoria da comunicação, o ruído é aquele elemento/situação que atrapalha a comunicação, que se interpõe como uma barreira para que esta se efetue de forma plena. O preconceito em relação ao jogo inserido no cotidiano, o estado de espírito pragmático e fechado à interferências, assim como a preguiça são ruidos que pertubam a eficácia do diálogo. Tais empecilhos devem ser combatidos e minorados, se não banidos, para que a atmosfera do diálogo se instaure, pondo então um derradeiro ponto final ao silêncio de nossa mobilidade infértil pela cidade - e reticências cheias de possibilidades em nossa vida urbana.

elevador lacerda: 72 metros em três segundos

Dentre as propostas aqui apresentadas de SLT surge esta que consiste numa adaptação de um equipamento já existente: o Elevador Lacerda. É bem conhecido por aqueles que frequentam parques de diversões os elevadores que despencam de grandes alturas em poucos instantes - o que existe no Hopi Hari (SP) por exemplo cai subitamente de uma altura de 69 metros em estonteantes 3 segundos. A proposta é a seguinte: adaptar o Elevador Lacerda para que em determinados horários ele possa despencar de seus 72 metros em poucos segundos .



Da cidade alta até a cidade baixa num piscar de olhos!

ludovia (ou, pegue seu pogobol e vá)

(conteúdo em construção, retornem a este post mais tarde e confiram este texto na íntegra)

decifra-me ou te devoro!

A fabulosa arte de desvendar placas pelo mundo.
Uma brincadeira inspiradora...

Como seria encontrar placas-charadas como estas pela cidade e tentar adivinhar do que se trata?











NIL - Núcleo de Intervenções Lúdicas

(conteúdo em construção, retornem a este post mais tarde e confiram este texto na íntegra)

enxurrada de letras

Palavras gotejando, escorrendo pelos canos, rastejando pelas ruas, resvalando para dentro dos ralos... A iniciativa proposta pelo grupo Poro - intervenções urbanas e ações efêmeras põe a surpresa e o desejo de comunicação em evidência. A analogia com a água nos explica a fluidez com que os textos e códigos devem se apropriar dos espaços da cidade, correndo por suas veias e molhando seu chão, nosso caminho, se espalhando...





http://poro.redezero.org./inicial.html


Que se complete o ciclo então, que evaporem as palavras e que chovam pela cidade!

o percurso

Em Física, o deslocamento de um corpo é definido como "a variação de posição de um móvel dentro de uma trajetória determinada". Deslocar-se é uma necessidade humana, isto então que os fisicos dizem aparenta ser nada mais que o óbvio. Podemos de fato ser considerados objetivamente como pontos que se locomovem através do espaço, com origem e destino bem definidos e que o mundo pragmático pleno de horários e urgências em que vivemos exige cada vez mais que o percorramos com a devida velocidade e, mais uma vez, objetividade. Essa mera permuta de posição no tempo-espaço da forma que ocorre faz com que não nos demos conta de que esta trajetória que tanto fazemos todos os dias está escrita numa cidade, cujo papel foi então reduzido a um lugar de passagem - não vivenciado plenamente.

Andamos pelas ruas sem falar com a cidade, sem viver de fato esse espaço. Andamos calados e a cidade também parece estar muda. O percurso é cumprido assim, sem diálogo. Como proporcionar então essa tomada do espaço urbano, fazendo com que aconteçam de fato as trocas e apropriação da cidade? Entendemos que o jogo seja um caminho. Através do lúdico abrem-se as possibilidades, revelam-se diferentes percepções e perspectivas para o mundo que nos cerca. É através do lúdico que descobrimos, que trocamos com o mundo, que experimentamos. Ao incorporar o lúdico ao cotidiano nos abrimos para a cidade, para sua compreensão e damos espaço para que ela também interfira. Eis que surge a oportunidade para vivenciarmos nossa trajetória (e criar novas).

O percurso, que em francês significa le parkour, foi o nome dado a uma prática, ou disciplina, ou arte (também conhecida como l'art du déplacement, em português a arte do deslocamento) que consiste em percorrer uma determinada trajetória de forma rápida e eficiente usando basicamente as habilidades do corpo humano. Para tal, é necessária uma prévia avaliação do percurso a fim de entender como melhor se apropriar do caminho e assim saber qual movimento executar. Desta prática (ou disciplina, ou arte) pegamos emprestado seu espírito e o apresentamos como provocação/convite: como podemos nos apropriar do nosso percurso? Ou quem sabe ainda: como podemos vivenciar nosso percurso de forma lúdica e criar uma maneira de se deslocar? Está lançado o desafio.

O deslocamento é uma forma de se expressar, um meio de se comunicar com a cidade, de ler e de escrever. O momento é de busca de uma expressão, de uma arte do deslocamento. O desafio é desafiar e ser desafiado pela cidade. A vida é o que está em jogo.

SLT - Sistema Lúdico de Transporte

Possibilidade. Essa palavra concentra em si um enorme poder. E trazê-la à tona ao se falar de transporte urbano, apropriação do espaço e jogo abre um enorme leque de experimentações diversas. Imaginar algo que funcione dentro da malha urbana sob esse viés confere a este universo ares lúdicos e incríveis que subvertem o modo com que sempre lidamos com a cidade e o meio que a percebemos.

Dito isso é hora de apresentar o SLT, que por extenso significa Sistema Lúdico de Transporte.


...

(conteúdo em construção, retornem a este post mais tarde e confiram este texto na íntegra)

segunda-feira, 19 de maio de 2008

pronto, valeu!

Isso mesmo amigos, creiam, vocês estão no céu! Apesar da conotação fúnebre da piada queremos todos aqui bem vivos. Este lugar denominado CEU - Caderno de Experimentações Urbanas tem suas melhores intenções, e se você percorreu pulando as casas 1 2 3 4 riscadas no chão para chegar até aqui é porque também as compartilha conosco. A proposta é jogar e se permitir, subverter a lógica do convencional e pragmático e se apropriar do espaço urbano através do lúdico e do surpreendente. O que buscamos é o diálogo, queremos que o transitar pelas ruas seja um momento de troca de experiências e de descoberta. Vamos ler e escrever pela cidade com o corpo, propor uma conversa, circular, quadradar, triangular! Vamos nos comunicar, conversar, nos tornarmos amigos íntimos da cidade, e quem sabe, namorar com ela.

Neste espaço comunicaremos nossas propostas, desejos e inspirações - e mais imagens, situaçõezinhas (sem futuro?) e textos que encontramos mundo afora que flertam com e alimentam nossas idéias.

Estão todos convidados para o jogo da vida então, entrem e fiquem a vontade. Pronto, valeu!