domingo, 18 de setembro de 2011
sexta-feira, 13 de março de 2009
Rua da Passagem (trânsito)
Arnaldo Antunes / Lenine
Os curiosos atrapalham o trânsito
Gentileza é fundamental
Não adianta esquentar a cabeça
Não precisa avançar no sinal
Dando seta pra mudar de pista
Ou pra entrar na transversal
Pisca alerta pra encostar na guia
Pára brisa para o temporal
Já buzinou, espere, não insista,
Desencoste o seu do meu metal
Devagar pra contemplar a vista
Menos peso do pé no pedal
Não se deve atropelar um cachorro
Nem qualquer outro animal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Motoqueiro caminhão pedestre
Carro importado carro nacional
Mas tem que dirigir direito
Para não congestionar o local
Tanto faz você chegar primeiro
O primeiro foi seu ancestral
É melhor você chegar inteiro
Com seu venoso e seu arterial
A cidade é tanto do mendigo
Quanto do policial
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Travesti trabalhador turista
Solitário família casal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Sem ter medo de andar na rua
Porque a rua é o seu quintal
Todo mundo tem direito à vida
Todo mundo tem direito igual
Boa noite, tudo bem, bom dia,
Gentileza é fundamental
Pisca alerta pra encostar na guia
Com licença, obrigado, até logo, tiau.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
Estrada de Canindé
Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e uma cabocla
Cum a gente andando a pé
Ai, ai, que bom
Que bom, que bom que é
Uma estrada e a lua branca
No sertão de Canindé
Automove lá nem sabe se é home ou se é muié
Quem é rico anda em burrico
Quem é pobre anda a pé
Mas o pobre vê nas estrada
O orvaio beijando as flô
Vê de perto o galo campina
Que quando canta muda de cor
Vai moiando os pés no riacho
Que água fresca, nosso Senhor
Vai oiando coisa a grané
Coisas qui, pra mode vê
O cristão tem qui andar a pé
quinta-feira, 5 de junho de 2008
arte no metrô
domingo, 25 de maio de 2008
cadastro de intervenções lúdicas em Salvador
Provável que quem passa pela Avenida Amaralina e anda com os olhos soltos pela rua já tenha visto e se surpreendido com o boneco com problemas de locomoção da A Muleta Express. Desde o final do ano de 2007 até os dias de hoje ele está lá, ao lado de um poste de iluminação tirando os transeuntes do sério. A idéia é simples: um manequim foi colocado sentado numa cadeira de rodas e sua roupa é trocada de acordo com a época. O tal boneco já pôde ser visto fantasiado de papai noel, folião (com direito a mamãe-sacode - que surpreendentemente sacodia, graças ao braço direito movimentado por um dispositivo mecânico!), coelhinho da páscoa e, atualmente, veste um hilário traje junino.
waterbird | bolhas | dique do tororó
A primeira delas atende pelo nome de waterbird - uma espécie de patinete que salta sobre a água sem a necessidade de usar combustível: para fazê-lo andar basta dar pequenos saltos para cima e para baixo. Vejam o video e confiram!
O waterbird é ecologicamente adequado, não produz poluição sonora, não polui o ar, não polui a água, não tem motor... com ele o único combustível que vai queimar são as suas calorias através de um divertido e revigorante trabalho cardiovascular. O dique não será mais o mesmo, definitivamente.
Outro modo de percorrer o dique seria flutuando sobre a água utilizando bolhas, confiram as imagens abaixo - elas flutuam e é possível empurrá-las com o corpo!
Vamos pelo dique pessoal!
mark jenkins
Em uma de suas séries, jenkins vestiu seus modelos em tamanho real com roupas e os instalou em várias posições no ambiente urbano, criando esculturas realistas e intrigantes. A reação das pessoas foi documentada em video, como os que podem ser vistos aqui e aqui.
Extremamente recomendado um passeio por seu website, um deleite para quem gosta de se surpreender e ser arrebatado. Quem sabe um dia, quando virarmos uma esquina de nossa cidade...
diálogo
Conversar com a cidade. Dialogar. A idéia-força que movimenta e dá corpo e alma à proposta aqui apresentada se fundamenta nas trocas, na comunicação - onde a cidade se configura como a emissora/provocadora da mensagem e nós, receptores ativos desta .
Neste contexto, o jogo é o idioma falado, o código pelo qual se concretiza o diálogo. O jogo nos oferece instrumentos para nos apropriarmos do espaço público, experimentando-o e deste modo o percebendo sob novas perspectivas. O percurso por sua vez se configura como o canal, o meio pelo qual a mensagem se propaga e que percorremos desafiando e sendo desafiados pela cidade viva.
Como na teoria da comunicação, o ruído é aquele elemento/situação que atrapalha a comunicação, que se interpõe como uma barreira para que esta se efetue de forma plena. O preconceito em relação ao jogo inserido no cotidiano, o estado de espírito pragmático e fechado à interferências, assim como a preguiça são ruidos que pertubam a eficácia do diálogo. Tais empecilhos devem ser combatidos e minorados, se não banidos, para que a atmosfera do diálogo se instaure, pondo então um derradeiro ponto final ao silêncio de nossa mobilidade infértil pela cidade - e reticências cheias de possibilidades em nossa vida urbana.
elevador lacerda: 72 metros em três segundos
Da cidade alta até a cidade baixa num piscar de olhos!
ludovia (ou, pegue seu pogobol e vá)
decifra-me ou te devoro!
NIL - Núcleo de Intervenções Lúdicas
enxurrada de letras
http://poro.redezero.org./inicial.html
Que se complete o ciclo então, que evaporem as palavras e que chovam pela cidade!
o percurso
Andamos pelas ruas sem falar com a cidade, sem viver de fato esse espaço. Andamos calados e a cidade também parece estar muda. O percurso é cumprido assim, sem diálogo. Como proporcionar então essa tomada do espaço urbano, fazendo com que aconteçam de fato as trocas e apropriação da cidade? Entendemos que o jogo seja um caminho. Através do lúdico abrem-se as possibilidades, revelam-se diferentes percepções e perspectivas para o mundo que nos cerca. É através do lúdico que descobrimos, que trocamos com o mundo, que experimentamos. Ao incorporar o lúdico ao cotidiano nos abrimos para a cidade, para sua compreensão e damos espaço para que ela também interfira. Eis que surge a oportunidade para vivenciarmos nossa trajetória (e criar novas).
O percurso, que em francês significa le parkour, foi o nome dado a uma prática, ou disciplina, ou arte (também conhecida como l'art du déplacement, em português a arte do deslocamento) que consiste em percorrer uma determinada trajetória de forma rápida e eficiente usando basicamente as habilidades do corpo humano. Para tal, é necessária uma prévia avaliação do percurso a fim de entender como melhor se apropriar do caminho e assim saber qual movimento executar. Desta prática (ou disciplina, ou arte) pegamos emprestado seu espírito e o apresentamos como provocação/convite: como podemos nos apropriar do nosso percurso? Ou quem sabe ainda: como podemos vivenciar nosso percurso de forma lúdica e criar uma maneira de se deslocar? Está lançado o desafio.
O deslocamento é uma forma de se expressar, um meio de se comunicar com a cidade, de ler e de escrever. O momento é de busca de uma expressão, de uma arte do deslocamento. O desafio é desafiar e ser desafiado pela cidade. A vida é o que está em jogo.
SLT - Sistema Lúdico de Transporte
Dito isso é hora de apresentar o SLT, que por extenso significa Sistema Lúdico de Transporte.
...
(conteúdo em construção, retornem a este post mais tarde e confiram este texto na íntegra)
segunda-feira, 19 de maio de 2008
pronto, valeu!
Neste espaço comunicaremos nossas propostas, desejos e inspirações - e mais imagens, situaçõezinhas (sem futuro?) e textos que encontramos mundo afora que flertam com e alimentam nossas idéias.
Estão todos convidados para o jogo da vida então, entrem e fiquem a vontade. Pronto, valeu!